A prisão do Aljube, Lisboa
“Espancaram-me durante horas inteiras, até perder os sentidos e ser assim levado para um segredo isolado noutra prisão, estar ali prostrado algumas semanas, ver a cara ao espelho ao fim de quinze dias e não a reconhecer, o corpo todo negro. Mas eu fiquei vivo, outros morreram”. Os agentes da PIDE colocavam-no no meio do círculo e espancavam-no com murros, pontapés, golpes de cavalo-marinho e tábuas. “Depois de me terem assim espancado longo tempo, deixaram-me cair, imobilizaram-me no solo, descalçaram-me sapatos e meias e deram-me violentas pancadas nas plantas dos pés”. Foi forçado a caminhar com os pés ensanguentados e inchados. Os métodos de tortura repetiram-se ao longo de vários dias até Álvaro Cunhal ficar inconsciente. Tinha 24 anos.
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